As 5 maiores lições que aprendi com o jejum do Ramadão
As 5 maiores lições que o jejum do Ramadão me ensinou
Fiz o jejum do Ramadão, por um mês!
Fui contagiada por um dos bairros “mais muçulmanos” de Delhi a fazer o jejum e partilho agora os ensinamentos mais úteis desta jornada (desafiante e maravilhosa) pelo mundo do Islão
1. Conhecer antes de julgar. Eu sabia muito pouco sobre a religião islâmica até vir à Índia. Os preconceitos eram variados: as mulheres muçulmanas usam lenço porque são oprimidas, @s muçulman@s são conservador@s (ah e terroristas, claro, não podia faltar!). Apesar de todos os preconceitos e julgamentos, a curiosidade fez-me buscar respostas diferentes. Comecei a ler o Alcorão, falei com vári@s muçulman@s sobre as dúvidas que tinha e vi diversos filmes e documentários. O resultado? A quebra de preconceitos e, como consequência, a descoberta de uma religião fascinante!
2. A paciência é uma habilidade que podes (e deves!) exercitar. A minha mãe costuma dizer que quero sempre tudo para ontem (sou a única?), e tem razão, a paciência não é o meu forte. Ainda assim, o Ramadão mostrou-me que até para impacientes, quase incuráveis, há soluçã Durante um mês, controlar a sede nos meses de Abril e Maio, com temperaturas em Delhi entre os 35 e 40 graus, não foi tarefa fácil (houve dias em que desejei poder sair à rua em biquini!). Os primeiros quatro dias foram, sem dúvida, os mais dificeis, ainda assim, com foco fui sentido que o corpo e a mente se foram adaptando. Na realidade, o corpo humano é perfeito e somos capazes de muito mais do que aquilo que imaginamos.
3.Sê grat@ pela comida e água a que tens acesso todos os dias. Fazes parte de um grupo de pessoas privilegiadas, sabes disso?! Numa sociedade em que estamos em constante correria para afazeres “maiores”, tomamos bens essenciais como garantidos. Começa a agradecer antes ou depois de cada refeição e tenho a certeza que vais começar a conseguir encontrar verdadeira alegria nos mais pequenos detalhes.
4. O mais simples é o mais bonito da vida. À mesa, podemos apreciar a companhia da nossa família, de amig@s, colegas de trabalho ou até mesmo de um@ vizinh@. A hora das refeições pode, e deve ser, um momento em que temos oportunidade de desfrutar com aquel@s de quem mais gostamos.
5. Estar constantemente focad@ no futuro, não te deixa aproveitar o momento presente de forma plena. Nos primeiros dias estava sempre à espera da hora do iftar (a primeira refeição para quebrar o jejum) sem conseguir praticamente concentrar-me nas minhas actividades diárias. Durante todo o dia, era apenas esse o meu foco. Quando comecei a aceitar o desconforto da fome ou da sede integrei essas sensações como parte da minha nova realidade. Foi a partir desse momento que comecei a desempenhar as minhas tarefas do dia com a normalidade de antes e a desfrutar da hora do iftar de uma forma muito mais presente e plena.